No mês de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher e, em um momento tão importante, não podemos deixar de enfatizar questões relacionadas às múltiplas exigências e às pressões que as mulheres sofrem para combater o estresse do dia a dia e para atender aos padrões impostos pela sociedade.
Essa sociedade na qual a busca pelo corpo ideal e outros padrões de beleza é constantemente exibida e exigida nas diversas mídias. Uma sociedade que impõe à mulher uma pressão psicológica que muitas vezes pode gerar sentimentos negativos, dentre eles, a baixa autoestima.
Considerada como um importante aspecto na vida, a autoestima é um sentimento de juízo, de apreciação, valorização, de bem-estar e de satisfação que o sujeito tem de si mesmo e é expressado pelas atitudes que toma em relação a si mesmo (ANTUNES, MAZO e BALBÉ, 2011; ROSENBERG, 1965).
A recomendação
Apesar de, na literatura ser consenso que a prática regular de exercício físico está associada à melhora dos aspectos relacionados à saúde física e psicológica (SILVA et al., 2019; AGOSTINI et al., 2018; SIQUEIRA et al. 2017), incluindo melhora da autoestima; aproximadamente 60% da população brasileira não pratica exercícios físicos (SILVA et al., 2019).
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2018) dá alerta para a necessidade do engajamento da população em programas de exercícios físicos com o intuito de reduzir o sedentarismo e suas consequências negativas para a saúde física e mental (SILVA et al., 2019).
Saúde em foco
É importante reforçar o aspecto da saúde relacionado ao exercício físico, diminuindo o foco exagerado dos aspectos estéticos que muitas vezes pode trazer consequências negativas.
Enfatizando a faceta da saúde do exercício, reforçamos que este está associado a um melhor estado psicológico e bem-estar físico, contribuindo para a qualidade de vida geral dos indivíduos.
Estudos reforçam que o exercício físico pode aumentar a disposição, diminuir a tensão e promover o autoconceito, a autoconfiança, controlar o nível de ansiedade e a depressão (SARTORI et al., 2017; EGITO et al. 2005); o que pode contribuir para uma melhor autoestima (SARTORI et al., 2017).
Alguns estudos científicos já comprovaram que manter a prática regular de exercícios físicos pode favorecer a autoestima (SILVA et al., 2019; SARTORI et al., 2017). Esse benefício também se estende a mulheres idosas. Observa-se que aquelas que se mostram mais ativas tem uma melhor autoestima e menor percepção de sentimentos negativos (ANTUNES, MAZO e BALBÉ, 2011).
Vida plena
Portanto, lembre-se: sentir-se bem e tratar-se bem é um fator determinante para viver uma vida plena! Mulheres: nesse mês escolhido para comemorar o seu dia, reserve tempo para você! Exercite-se! Movimente-se! Não negocie sua autoestima!
Por fim, tenho algumas dicas para te ajudar a realizar o exercícios físicos regularmente, contribuindo para a melhora da autoestima:
- Desenhe bem sua rotina, assim será mais fácil manter a regularidade;
- Aprenda e utilize técnicas para controlar o estresse e estimular o pensamento positivo. Técnicas de respiração são bem eficientes;
- Escolha um local, horário e sequência agradáveis. Tudo isso ajudará na sensação de prazer;
- Dê valor às pequenas conquistas diárias;
- Se você gosta de praticar exercícios de forma coletiva, desenvolva boas relações sociais, convide seus amigos e familiares para praticar com você;
- Escolha entre praticar ao ar livre ou ambiente fechado, de acordo com o que mais se relaciona com o seu perfil;
- Persista!!! Em tudo na vida, somente com dedicação podemos alcançar resultados;
- Invista em você! Tenha tempo para você! Sua saúde e qualidade de vida devem ser priorizadas.
AGOSTINI, C. M.; RODRIGUES, V. S.; GUIMARÃES AC, DAMÁZIO, L. C. M.; VASCONCELOS, N. N. Análise do desempenho motor e do equilíbrio corporal de idosos ativos com hipertensão arterial e diabetes tipo 2. Revista Atenção e Saúde (antiga Revista Brasileira de Ciências da Saúde), v.16, n.55, p. 29-35, 2018.
ANTUNES, G.; MAZO, G. Z.; BALBÉ, G. P. Relação da autoestima entre a percepção de saúde e aspectos sociodemográficos de idosos praticantes de exercício físico. Revista Educação Física UEM, v.22, n.4, Maringá Oct./Dec. 2011.
EGITO, M .; MATSUDO, S .; MATSUDO, V. Auto-estimar e satisfação com uma vida de mulheres praticantes adultas de atividade física de acordo com um euDade cronológica. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.13, n. 2, 7-15, 2005.
ORGANIZATION WH. Global Action Plan Phy Act 2018–2030: more active people for a healthier world. 2018.
SARTORI, A. C.; OLIVEIRA, L. P.; SANTOS, L. L. M.; NAPOLI, M. C.; OVANDO, R. G. M. Influência do exercício físico na autoestima e na promoção da saúde de mulheres adultas obesas. Revista Científica JOPEF, v. 23, n. 1, 2017.
SIQUEIRA, A. F., REBESCO, D. B.; AMARAL, F. A.; MAGANHINI, C. B.; AGNOL, S. M. D.; FURMANN, M.; et al. Efeito de um programa de fisioterapia aquática no equilíbrio e capacida-de funcional de idosos. Saúde e Pesquisa, v.10, n.2, p.331-8, 2017.
SILVA, T. C.; FREIRE, G. L. M.; MORAISO. S. G.; NASCIMENTO JUNIOR, J. R. A. Motivação, bem-estar e autoestima de praticantes de diferentes modalidades de exercício físico. Saúde e Pesquisa, Maringá, maio-ago, v.12, n. 2, p. 359-366, 2019.
Cristina Carvalho de Melo
Voluntária da equipe de do GP em forma do PMI-MG
Doutoranda em Ciências do Esporte, Mestrado em Estudos do Lazer, Especialização em Psicologia do Esporte e em Pilates, MBA em Gestão de Projetos.
Graduada em Educação Física e Administração
Carvalho.cristina@gmail.com
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/cristina-carvalho-de-melo-msc-mba-04853349/
Instagram: @criscarvalhomelo
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6352837571933701